Para ti

Gostava de perceber melhor essa tua ferida que teima em não sarar. Fui culpado de grande parte delas, infelizmente. Eu admito que sim, nunca fui perfeito e sei que estou longe de o ser. Queria só mais uma vez, pedir-te desculpas, pelas mágoas, pelas palavras frias que por vezes te digo, pelas lágrimas que á tento tempo caiem por esse teu rosto triste. Gostava de te poder fazer voltar a sorrir, como um dia o fizeste. Sei que é difícil, eu sei, mas não impossível.

Gostava que me percebesses melhor, as minhas palavras, as minhas atitudes, os meus desvaneios. Nem tudo o que é, parece. Nem tudo o que parece mau, é. Nem tudo o que é, é.

És das pessoas mais importantes que tenho, senão a mais importante. Não consigo seguir assim com a sensação que já não és minha. És muito importante, e tu sabes. Não mostro, mas sei que devia. Por vezes, só me apetece dar com a cabeça na parece ate abrir, pois não entendo porque tivemos de chegar a este ponto, ao ponto do mal que te causei. Queria apagar isto para sempre, pois não é certo, não é justo. Não quero de todo estragar a tua vida, só quero estar contigo, só quero apenas que sejas feliz. Essa felicidade implica o eu estar longe? Tenho essa sensação.

Queria, assim, dizer-te que também tenho sentimentos. Também sofro com palavras e atitudes tuas. Lá está, a perfeição não e o nosso forte. Há coisas que não merecem entendimento, mas custa-te assim tanto, entender outras? 

Sei que não tive contigo (pelo menos fisicamente) quando precisaste. E sinto-me tão mal, quando me lembro. Falhei-te. Não entendo, porque assim foi. 

Nunca duvides daquilo que és para mim, desculpa, mesmo do fundo... Desculpa, és tudo de bom que tenho, mereces ser feliz, e sei que sou capaz de o fazer. Temos de estar um para o outro. 

Desculpa por tudo, desculpa! Não tenho como pedir mais. Se o arrependimento matasse, certamente não estaria aqui, mas queria poder apagar o passado que tanto mal te tem feito. Preciso de ti, fazes me falta. Nem sabes o quanto. 

Amo-te, Lúcia.