Na minha vida nem sempre vejo aquilo que gostava de ver. Não vejo sinais da luz nem a sombra dos meus desejos ou sonhos. Tento navegar num mar onde as ondas me atropelam a cada instante e onde deixo de conseguir flutuar. Ainda à deriva, perco o rumo das coisas, perco o caminho e no final, a força. O que existem nos meus pensamentos, não existe na realidade, mas porque não? Não entendo. Não sei explicar mas a culpa é minha. O naufrágio da minha vida ainda dura. Sinto a bravura do mar e a sua agitação é tanto que me estremece o coração. Pobre coitado sem destino, sem certezas, sem grandes convicções. Teimo em dizer que a culpa é minha. Ainda no mar, a flutuar num pedaço de sonho, continuo a pensar no porquê de tudo, no porquê dos nossos actos. No turbilhão da tempestade dou por mim ainda mais perdido, sem saber se irei conseguir me livrar daquilo e sinto que são os últimos minutos pois o tempo começa a escassear e ainda assim eu não sei. Não sei nada. A frustração aumenta. Fui salvo, cheguei a terra e ainda inconsciente abro os olhos e vejo que perdi tudo à minha volta. Podia ter sido tudo diferente.
2 comentários:
Acho que todos, um dia, vários dias perdemos o rumo, naufragamos.
As vezes parece que deixamos de ter controlo sobre o barco em que rumamos pela vida e sentimo-nos perdidos e sos. Mas temos de remar contra a mare se for preciso, e agarrar as pequenas coisas boas que ainda temos e tentar fazer o que gostamos de fazer.
Quero acreditar que se lutarmos ate ao fim havemos de conseguir fazer a diferenca e mudar qualquer coisa e voltar a controlar o barco
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