segunda-feira, 29 de março de 2010

A única (in) certeza da vida


Hoje venho falar de assunto um bocado "assustador", pelo menos para mim. Na nossa vida não há certezas, nunca sabemos o que nos vai acontecer amanhã. Vivemos num mundo de incerteza, pelo qual todos dias crescemos a ouvir acontecimentos, desgraças, alegrias, catástrofes. 
Estamos neste mundo, sem muitas vezes pensar no que nos pode acontecer, e até acho bem que sim. Se não fosse assim, iríamos viver em constante receio. 
Algo que ninguém espera, algo que se esconde em cada esquina, algo que nos pode seguir até qualquer idade, algo que se pode apoderar de nós, algo que do nada poderá acabar com tudo.
Palavra sinistra, feia, seca, má, rude e dura... dura de aceitar. Falo assim da morte.
É das poucas certezas que temos a vida. Infelizmente, tudo tem um fim, e nós também. é um ciclo vicioso, uma roda viva dos que ficam e dos que vão. Isto assusta-me, tenho medo. Medo esse de morrer (ainda que inevitavelmente), e pior ainda, a maneira de morrer. 
Ver uma vida cheia de luta, conquistas, família, amigos, alegria tudo por um cano abaixo, muitas vezes por uma questão de minutos. Dói-me falar na morte. Dói-me pensar que posso perder (e vou mesmo perder) as pessoas que amo. Dói-me saber que perdi pessoas na minha vida. 
Temos de viver cada dia, como se fosse o último, pois nunca sabemos quando iremos partir. Não podemos deixar que isto nos atrapalhe da forma de viver. Creio que estes medos, nos jovens, são normais. Talvez se chegar aos 80 e tal anos, tenha outra maneira de pensar, e ai veja que realmente já cá estou há muito tempo. Haverá vida para lá da morte? Quem sabe, ninguém voltou para contar.
Enfim, no meio de tanta incerteza, temos uma que estará destinada a todos nós. 

"Ninguém pode fugir ao amor e à morte."

11 comentários:

Soraia disse...

Olaaaa cunhadão!
Bem este post fez-me chorar, pois veio no dia em que perdi uma colega/amiga...
É muito triste a morte e perdermos as pessoas de quem gostamos, eu preferia partir primeiro do que estar a sofrer com a perda dos outros.

O gosto pela vida é algo imprescindível para quem quer viver e ser feliz nessa vivência; a visão da morte, portanto, depende da visão da vida que temos; morrer não é o mesmo que experimentar a morte; além da separaçã oentre matéria e alma, espírito e corpo, a morte é o ápice da realização do indivíduo, pois é somente nesse momento que ele se encontra por inteiro consigo mesmo.
Agora, ser feliz é, de alguma forma, aprender a morrer, já que morrer é inevitável; assim, saber lidar com essa situação limite e que todos, sem excessão, devem experimentar, é a chave para saborear a vida assim como ela é, com suas limitações, aberrações, contradições e negações; ama-se e gosta-se da vida não por falta de problemas ou porque ela seja eterna, mas, simplesmente, pelo fato de gostar de viver.
Alguns estudiosos acreditam na imortalidade da alma humana, mas ainda que seja verdadeira essa prerrogativa, não deve interferir nem deixar que a pessoa viva plenamente a sua vida; e o fato de que cientificamente ou filosoficamente apenas os fenômenos constam, também não deve trazer um gosto amargo ou desesperado a vida; morrer, assim, é deixar para outra oportunidade o que se pode realizar agora, é transferir a própria caminhada para um outro, é não aproveitar bem as oportunidades que se tem. Morrer é cair no vazio da própria existência ou deixar que o medo impeça de caminhar sempre.

Tia Complicações disse...

Quando tinha 20 anos tinha medo, mesmo, muito medo de envelhecer. Esses pensamentos eram atenuados quando pensava que nunca chegaria a velha, pois morreria antes de ficar rugosa e com cabelos brancos. A morte não me assustava.
Um dia estive bem perto dela, numa casa de banho, intoxicada pelo gás. Valeu-me a ajuda da minha tia que estava em casa no dia certo, no momento certo e consegui arrastar-me para escada do prédio. Ainda hoje me lembro daquela sensação de paz, de cair no vazio (bati com a cabeça no lavatório , mas não senti dor alguma) , a água quente salpicar o meu corpo como mil carícias de dedos, mais tarde a voz das pessoas que se juntaram pareciam vindas dos confins da terra.
“Vivemos o que aprendemos” e a morte não me mete medo, tenho medo sim, do que vem antes da morte, do sofrimento.
O tempo deixa as suas marcas mas também nos dá muito: O amadurecimento de ideias, a vida que partilhamos com alguém que se torna nosso cúmplice nesta longa caminhada pela terra, os nossos filhos que amamos e preparamos para a vida. Nessa nossa insignificante passagem pela terra aceitamos tudo o que o tempo nos dá, sem opção de escolha. Nascemos, crescemos, envelhecemos, quanto mais velhos estamos, mais queremos que o tempo passe, queremos ver os nossos filhos crescer e fazerem-se homens e mulheres. A sua satisfação é a nossa felicidade. Recuso a ideia da morte ser o fim de tudo, existe algo em nós que se chama alma .A alma é energia que se solta assim como uma mão despida sem luva, ela existe e se aperfeiçoa.

x disse...

Já tive mais medo dos limites, da vida, da morte, da incerteza... Mas viver com medo é uma treta portanto o melhor é aproveitar ao máximo cada dia. Sorrir muito, falar muito, fazer disparates, sonhar, amor, respirar...
E é grande verdade: não podemos fugir nem do amor nem da morte!

Beijinho

Dani disse...

Obrigadaa :D
Vou passar sempre (:
beijinho

Shell disse...

Aii... Eu tenho medo ! São poucas as vezes que me dão para reflectir sobre isso ! Mas como tenho o trauma de não gostar de fazer anos, as ideias fogem sempre para esse fim... Quando vai ser ? Como vai ser ? Porquê ? O que vai acontecer aos outros ? Como vão ficar ? Mas é como tu dizes, não conseguimos fugir por isso... Se não os consegues vencer, junta-te a eles ! E eu acabo por esquecer este negativismo todo :) * beijinho

Ana Catarino disse...

Afilhado, agora fiquei arrepiada. Não penses nisso. Não vale a pena. Essas coisas só nos fazem mal. Pensa no dia a dia, na VIDA nas emoções boas. :) O que é mau já nos acontece sem pensarmos nele, portanto pensamento positivo sempre!!! :D

Beijinho afilhadinho **

Só Avulso disse...

Tens toda a razão quando dizes que estas incertezas são mais típicas nos jovens. Concordo que o que me assusta é a maneira de morrer do que a morte em si. Para mim morrer é viver de outra forma. Prefiro pensar assim, uma vez que não sei o que me espera do outro lado. ;)

João Santana Pinto disse...

Não sei quanto à parte de vivermos como se o último dia se tratasse… compreendo o raciocínio, mas levaria provavelmente a muitos excessos e esses sim eventualmente a um término precoce… perspectivas… penso…

Em todo o caso devemos dar importância às pequenas coisas, as que nos fazem felizes, estar com aqueles que, em sentido lato, amamos e dar menos importância ao que os outros com a vida fazem.

Bom texto.

ButterFly disse...

Tudo na vida é incerto, e não teria piada se soubessemos que irá acontencer amanha. perdia a piada...A morte será sempre a unica coisa certa na vida. Só kero morrer sem sofrer.

A morte já n me assusta em momentos eu axo k era o melhor do k andar assim. Mas ainda tenho sonhos a realizar

O meu reflexo disse...

Acho que todos nós deviamos encarar morte como uma etapa do ciclo de vida, ou seja que ocorre naturalmente, uns mais cedo outros mais tarde. Mas ñ o fazemos, na sociedade em que estamos, falar da morte ainda é tabu, saber explica-la é muito dificil, qd alguem morre é td ocultado!
E tudo isto porque? Porque quando eramos crinaças ng nos explicou, ng nos mostrou.
E então cada vez é mais dificil e a medida que o tempo passa temos mais medo.
Mas nós "morremos" a acada dia que passa.
Pessoalmente, e depois deste discurso todo, e apesar de saber que na minha "profissão" a morte é uma constante e que "estar ao lado dos outros a morrer" não os abandonando na hora da partida é um imperativo, posso dizer que o que me assusta ñ é a morte em si, mas como ela vai acontecer( se de repente, se depois de um tempo penoso...)
Ja perdi algumas pessoas de quem gostava e isso pesou e custou muito

Pat disse...

Realmente é mesmo um assunto assustador :X
acho que quase toda a gente tem medo da morte, mas nao deveriamos perder muito tempo a pensar nisso .
ha coisa mais positivas para pensarmos, e o tempo tem que se rbem aproveitado certo:)?
Desde que des valor há vida, mesmo que vivas pouco para ti tera sido sempre o suficiente penso.
o mal das pessoas é não darem valor há vida...

beijinho da abelha*.*